Diagnóstico
Relatório aponta 511 árvores suprimidas pós-ciclone em Pelotas
SQA e entidades públicas debateram com especialistas as necessidades do Município após diagnóstico
Jô Folha - DP - Segundo levantamento da SQA, 705 árvores foram afetadas
O levantamento total dos efeitos causados pelo ciclone de 13 de julho em árvores foi concluído pela Secretaria de Qualidade Ambiental (SQA). Ao todo, 705 árvores foram afetadas, sendo que, destas, 511 acabaram sendo suprimidas e 194 foram podadas. O bairro mais atingido foi o Laranjal, com mais de 27% dos registros de queda e 30% de necessidades de poda. Na última sexta-feira, uma primeira reunião de arborização urbana, com especialistas e representantes de entidades públicas, debateu os aprendizados e as necessidades após esse diagnóstico.
A perspectiva é fazer uma audiência pública, realizar atividades de aproximação entre órgãos que possam lidar com esse tipo de evento, como a própria SQA, o Corpo de Bombeiros e a CEEE Equatorial, realizar um plano de arborização, entre outras ações. Para o titular da SQA, Eduardo Schaeffer, grande parte dos atendimentos foram feitos e, agora, é necessário fazer diagnósticos. Com o mapa de ocorrências em mãos, foi feita a reunião técnica para discutir o tema de arborização urbana a partir do ciclone. "Entendemos como necessário iniciar esse debate técnico para encaminhar ações do Poder Público e da sociedade civil organizada." Ele adianta, ainda, que estão sendo avaliadas junto à CEEE Equatorial áreas sensíveis para danos.
Um tema levantado durante as discussões pelo professor Paulo Roberto Grolli, que leciona Floricultura e Plantas Ornamentais na Faculdade de Agronomia da UFPel, foi o que ele próprio já havia dito ao DP dias após o ciclone: muitas árvores teriam sido plantadas de maneira errônea na cidade, tanto com espaços que não a sustentam como em solos incapazes de lidar com suas raízes. Para Schaeffer, contudo, a ação precisa de uma base técnica e a Prefeitura tem ideia de fazer um inventário arbóreo, com licitação para contratar equipe de manejo já aberto para obter um diagnóstico completo. Segundo o secretário, a CEEE Equatorial apresentou uma lista de árvores que ainda devem ser suprimidas, mas há a preocupação, ainda, de uma "demonização" da arborização. "Nós precisamos da árvore certa no lugar certo. Aumentaram muito as demandas particulares para podar ou retirar, mas cabe termos uma equipe técnica para analisar cada caso e fazer as supressões necessárias com base em laudos técnicos", argumenta.
O biólogo Flávio Barcelos Oliveira, que atuou por 42 anos no gerenciamento da arborização em Porto Alegre e hoje presta consultoria, foi convidado a participar da reunião da última sexta-feira. Ele diz que seu conselho é a reunião de todos órgãos, enquanto Defesa Civil, para definir prioridades que possam ser resolvidas pontualmente. Outra recomendação é a substituição das redes convencionais de energia elétrica por cabos ecológicos. Por fim, sugere que tanto no âmbito público quanto no privado, haja rotina de podas recorrentes e que mantenham uma padronização que não cause equilíbrio na estrutura do vegetal.
Balanço por bairro
Bairro Supressão Podas Total (% do Município)
Areal 52 30 11,6%
Centro 101 72 24,5%
Fragata 44 45 12,6%
Laranjal 194 19 30,2%
São Gonçalo 50 20 11,1%
Três Vendas 70 78 9,9%
Total em Pelotas 511 194 705 intervenções
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